terça-feira, 1 de abril de 2014

A importância de Freixo de Numão



Freixo de Numão é uma freguesia portuguesa do concelho de Vila Nova de Foz Côa, com 47,42 km² de área e 502 habitantes (2011). Densidade: 10,6 hab/km².

São muito antigos os vestígios da ocupação humana na área e termo da freguesia de Freixo de Numão. Investigações arqueológicas que se têm levado a efeito desde 1980, têm posto à luz do dia vestígios milenares. No Castelo Velho, (localizado na estrada de Santo Amaro, por cima das Ameixoeiras e Vale da Rata), escavações têm permitido um estudo aprofundado da ocupação, fauna e flora da região. Há cerca de cinco mil anos um grupo de pessoas ali construiu um castelo, com duas linhas de muralhas e uma torre central. Pode-se falar de um povoado fortificado do Calcolítico (Idade do Cobre), onde estariam alojadas cerca de 40 pessoas! Depois de um provável abandono, em data não determinada, volta a ser ocupado no 2º. milénio antes de Cristo, em plena Idade do Bronze. As cerâmicas decoradas com cordões e mamilos, características destes povos, são abundantes neste nível de ocupação. As casas seriam de madeira revestida com barro e cobertura de colmo, localizadas encostadas às muralhas, até para abrigo dos ventos fortes que ali se fazem sentir todo o ano.
Do mesmo período serão as ocupações no Monte de Santa Eufêmia, que funcionaria como Atalaia no Calcolítico e no Bronze; os abrigos pré-históricos do Vale Ferreiro, o Alto dos Barreiros, (por cima da Capela de Nossa Senhora da Carvalha).
Desconhece-se, até ao momento, o início da ocupação na área que hoje constitui o núcleo urbano que se chama freguesia de Freixo de Numão. No entanto, possuímos já materiais e datações de carvões pelo método do Carbono 14 que apontam para uma grande ocupação durante a Idade do ferro (1º. milénio antes de Cristo).
Materiais do Ferro têm sido provenientes da zona da Casa Grande e da zona do Castelo.
A Igreja Matriz data de entre os séculos I e V depois de Cristo, um templo Romano. Uma ara votiva, muita pedra de aparelho e um cipo funerário em mármore, recolhidos na própria Igreja ou área envolvente, certificam-nos tal.
São às dezenas os lugares com vestígios da ocupação Romana no termo da freguesia de Freixo de Numão, uns simples Casais (casas de campo) outros importantes villas onde a actividade agrícola e mineira sobressaem. Lagaretas e lagares já inventariados certificam-nos a importância do vinho nos primeiros séculos da nossa era, nesta região. 
Escavações arqueológicas no Zimbro II, Salgueiro (oficina de canteiro ligada a exploração do granito branco), Rumansil, Colodreira e Prazo, tem permitido reconstruir um pouco do Rural Romano nas terras quentes do Douro.
Desconhece-se qualquer vestígio de ocupação dos denominados povos bárbaros (Suevos, Visigodos, Árabes). Se não nos restam materiais, muito menos a toponímia e, dai, uma provável não dominação destas terras por esses povos.
Nos princípios do século XVI era já Freixo de Numão a terra mais populosa da região, para isso tendo contribuído, certamente, uma grande fixação de famílias judaicas vindas da Espanha recém-unificada pela acção dos Reis Católicos (Fernando e Isabel). Esse crescimento populacional veio permitir uma reanimação que apenas havia tido paralelo durante o período de ocupação romana (como demonstram os materiais exumados em escavações já realizadas).
Entre os Séculos XVII e XVIII encheu-se Freixo de belas casas apalaçadas, construíram-se Capelas, reconstruiu-se a Igreja e a Ermida de Nossa Senhora da Carvalha, a casa da Câmara (nova) e o Pelourinho, entre outras iniciativas como construção de fontes, caminhos e pontões.
Em 1836, pela reforma liberal, vê acrescentada a área do concelho com a extinção pura e simples dos concelhos de Cedovim, Sebadelhe e Touça. O concelho de Horta já havia sido anexado em 22 de Junho de 1682.
Ate 1853 é concelho com 11 freguesias. Por decreto de 31 de Dezembro desse ano, é extinto o concelho de Freixo de Numão e integrado, com todas as suas freguesias, no concelho do Vila Nova de Foz Côa.

domingo, 30 de março de 2014

Circuito Arqueológico de Freixo de Numão

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No perímetro urbano da freguesia de Freixo de Numão podemos visitar o Museu Da Casa Grande, instalado num belo Solar Barroco (segunda metade do séc. XVIII), com mostras significativas de Arqueologia e Etnologia. No quintal anexo, ruínas romanas, medievais e modernas, tendo ainda ali sido recolhidos materiais da Idade do Ferro.
Imponente, como sítio arqueológico mas também como miradouro, é o Castelo Velho, onde campanhas sucessivas de escavação têm permitido estudar um povoado dos III e II milénios A.C. (Idades do Cobre e do Bronze). Povoado fortificado ou apenas sítio monumentalizado, questões que os investigadores hoje colocam quanto às funções de tão ancestral símbolo da presença humana na região.
Vestígios importantes do Calcolítico, podemos igualmente encontrá-los nos abrigos do Vale FEerreiro e da Painova. No entanto, é no sítio do Prazo que valiosos vestígios do Neolítico Antigo estão agora a começar a ser postos a descoberto.
Outros sítios elevados como 0 Alto dos Barreiros, Alto de Santa Eufemia, lugar Do Castelo de Freixo de Numão, têm-nos surpreendido com achados que vão do Calcolítico à Idade do Ferro!
(...)
in, cm-fozcoa.pt

sexta-feira, 28 de março de 2014

Vila Nova de Foz Coa - A História

Vila Nova de Foz Coa é uma cidade portuguesa, pertencente ao Distrito da Guarda, Região Nortee sub-região do Douro, com cerca de 3 100 habitantes. Foz Côa, Meda e Pinhel compartem vestígios de arte rupestre do Vale do Côa/Parque Arqueológico.
Vila Nova de Foz Côa recebeu o seu primeiro foral em 1299, concedido por D. Dinis, tendo sido renovado pelo mesmo monarca em 1314. Em 1514, foi concebido um novo foral por D. Manuel I. No concelho destacam-se vários monumentos entre os quais estes três Monumentos Nacionais: o castelo de Numão, o Pelourinho de Vila Nova de Foz Côa e a Igreja Matriz da mesma vila, com uma fachada manuelina.
É sede de um município com 395,88 km² de área e 7 312 habitantes (2011), subdividido em 17 freguesias. O município é limitado a norte pelos municípios de Carrazeda de Ansiães e Torre de Moncorvo, a nordeste por Freixo de Espada à Cinta, a sueste por Figueira de Castelo Rodrigo e Pinhel, a sul por Meda e a oeste por Penedono e São João da Pesqueira.
Nas suas raízes, Vila Nova de Foz Côa encontra o homem paleolítico que, com modestos artefactos, vincou na dureza do xisto ambições e projectos do seu universo espiritual e material, fazendo deste santuário o maior museu de arte rupestre ao ar livre, hoje Património da Humanidade.
Os vestígios da ocupação humana, mais ou menos intensa, prolongam-se pelos tempos castrejos e romanos. Os escassos testemunhos do período suevo-visigótico e árabe garantem, contudo, a continuidade dos núcleos populacionais. Contrariando as vicissitudes próprias das terras fronteiriças nestas paragens, a vida comunitária revelou-se regular e contínua, a partir do século X.
O interesse régio e senhorial, no sentido de promover o povoamento e desenvolvimento desta região, foi confirmado através da concessão de cartas de foral aos habitantes das povoações, conferindo-lhes importância jurídico-administrativa. No Séc. XIX, apesar de ter sido cenário de desordens, de perseguições e lutas fraticidas (a guerrilha dos Marçais espalhou o terror na região) que acompanharam a implementação do liberalismo, a vila de Foz Côa assumiu a liderança do concelho, após vários condicionalismos que justificaram a substituição ou absorção de algumas sedes concelhias, nomeadamente as múltiplas reformas administrativas oitocentistas. Não obstante, os oito pelourinhos que resistem desde então, na área do actual concelho, testemunham a autonomia municipal e são o símbolo da ancestral vida comunitária na Região.
No termo da freguesia de Mós do Douro encontrámos vestígios de ocupação milenar nos lugares de Campanas e Castelo Velho. Tratar-se-ão de pequenos povoados fortificados da Idade do Bronze, a avaliar pelas notícias de achados que chegaram até nós.
Ao contrário do que se passa no Noroeste Peninsular, na região da terra quente do Douro a civilização castreja assentou arraiais não no cimo dos montes mas antes em planaltos ou pequenas elevações encaixadas em vales. Daí que no I milénio antes de Cristo os homens do ferro se tivessem fixado na zona do Castelo, lugar esse depois Romanizado e constituído por uma pequena Vicus, isto a avaliar pela áreaem que predominam os vestígios de materiais daquele período. Sepulturas e uma inscrição funerária (fechando com as comuns siglas S.T.T.L. - que a terra te seja leve), entre outros materiais, atestam essa ocupação.
Outros lugares do termo de Mós devem ter tido ocupação (quer no período de ocupação Romana, quer na Baixa ou Alta Idade Média) casos da Aldeia Velha, lugar das Fontaínhas (muitas vezes citadas como Fontanas).
Em 1380, o concelho de Numão reuniu para nomear o seu procurador às cortes de Torres Novas. Segundo a procuração, coube essa incumbência a João Eanes, da aldeia das Mós. No mesmo documento assina ainda, como testemunha, Gonçalo Martins, também das Mós.
Tinha a freguesia no século XVI um núcleo populacional de certa importância, 52 moradores segundo o censo de 1527, que pagavam à sua abadia uma renda de 20.000 réis no segundo quartel do século. Ainda no campo dos rendimentos eclesiásticos, sabe-se que o Bispo cobrava aqui a taxa de 2.000 réis por direitos de confirmação dos párocos.
Em meados do século XVI, a igreja das Mós era dos Condes de Marialva, a quem pertencia o direito de nomear os párocos. Posteriormente, uma bula de 14 de Março de 1583, permitiu a transferência da sua posse para a Universidade de Coimbra, ficando as suas rendas a reverter para os cofres universitários. Recorde-se que na época era comum as universidades possuírem os seus próprios rendimentos, o que lhes permitia serem autónomas financeiramente. A ligação à Universidade coimbrã ainda hoje é visível em numerosas epígrafes a indicarem os limites das propriedades universitárias.
Em termos monumentais é o século XVIII que se evidencia, sendo datados desse período a denominada Casa do Campos ou Campinhos e a Igreja Matriz. Nesta época, as Mós possuíam já uma população de 317 habitantes.
A transição do paganismo para o cristianismo deve ter sido feita sem grandes choques já que até ao século XVIII ali se manteve, no mesmo local (Castelo) a Igreja Matriz (hoje cemitério). Nos finais desse século, atendendo ao crescimento da população e expansão da área urbana para poente, a Igreja foi transferida para o Largo do Terreiro.
Como todas as povoações de entre Douro e Côa deve ter recolhido famílias judaicas. Uma inscrição característica de «voto de cristão-novo» encima uma das portas de uma casa na Rua do Castelo.
No século XVIII uma família enobrecida marcou certamente a economia da aldeia, florescendo graças ao aproveitamento do Sumagre, da cultura da vinha, azeite e amêndoa. Já em 24 de Março de 1758 o Abade de Mós, respondendo ao inquérito mandado elaborar pelo marquês de Pombal, em todo o reino, respondia assim: "Os frutos desta terra que os moradores recolhem com maior abundância são azeite, pão de trigo, centeio, cevada, lentilhas, sumagre, vinho, amêndoas, cebolo; o pão e o vinho é o melhor."
Desses tempos chegou até nós uma casa apalaçada, com brasão, conhecido por Solar dos Assecas. Pertenceu ao primeiro Barão de Foz Côa, Francisco António Campos e foi posteriormente adquirida pela família Gaspar.
Teve a freguesia de Mós do Douro, no seu historial, homens ligados às correntes progressistas. Em pleno desabrochar do Liberalismo, alguém, muito convicto dos valores da revolução, mandou gravar por cima da porta de sua casa as palavras «Et Pluribus Unum - 1820» (um por todos e todos por um) frase essa que se adapta bem ao lema das revoluções de então, cunhadas com a trilogia da libertação assente na Liberdade - Igualdade - Fraternidade.
As Mós sofreram nos princípios do século XIX a entrada das tropas napoleónicas, após estas terem ocupado Freixo de Nurnão em 26 de Janeiro de 1811. A população impossibilitada de resistir abandonou a povoação refugiando-se nos montes próximos do Janvâo, com excepção do pároco P. António de Almeida. As lutas fratricidas entre liberais e absolutistas não pouparam também as Mós, que viu morrer nas operações do cerco do Porto o soldado Bernardo António Rolo e mais tarde José Polido, assassinado pelos partidários dos Marçais.
O crescimento populacional verificado entre os séculos XIX e XX deve-se, certamente, à linha férrea do Douro, à construção da estação de Freixo e à grande ocupação que foi dada, aos moradores de Mós, pelos Caminhos de Ferro Portugueses.
Esta Paróquia (no dizer do padre Manuel Gonçalves da Costa - obra "Diocese de Lamego") nunca constituiu centro nem cível nem eclesiasticamente independente, mantendo-se sempre anexa a Freixo de Numão, embora de princípio o pároco usufruísse de passais próprios com obrigação de missas, e fosse apresentado pelo povo. Como sucedeu com Freixo, as suas rendas foram aplicadas à Universidade de Coimbra a 14 de Março de 1538.
Em meados do século XVIII tinha três ermidas (sendo todas do povo e nenhuma particular): a de Santa Bárbara, num cabeço defronte do povo e à distância de um tiro de mosquete; uma no meio do povo, que é da Senhora da Graça, que era onde estava o Santíssimo; outra no fundo do povo, que é de Santo António.
Toda a margem do Douro, em pleno termo de Mós, foi palco de grande azáfama no tempo da ocupação romana, isto porque as areias continham muito ouro. Era a corrida à extracção do «ouro de aluvião»! No entanto, em 1758, no inquérito atrás citado, terminava o abade de Mós com a seguinte descrição: "Achei que haverá 30 a 40 anos chegaram uns homens estranhos com instrumentos de escudelas e que tomavam areias do rio e que depois as purificavam e que as botavam em taleigas e que diziam que era oiro o que levavam!" Hoje, com o rio parado pelas albufeiras das barragens, ninguém mais se atreverá a purificar as areias em busca do oiro!
Em 1854 deixa de pertencer ao concelho de Freixo de Numão e integra concelho de Vila Nova de Foz Côa. 

Visitar Vila Nova de Foz Côa é redescobrir a história, é acompanhar o processo milenar que desvenda o património artístico e cultural em complementaridade com a rusticidade e a beleza paisagística que a região encerra e que merece a sua fruição.

quinta-feira, 27 de março de 2014

Rota para Vila Nova de Foz Coa



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 A nossa primeira Rota, levar-nos-á do Porto a Vila Nova de Foz Coa, com o seguinte itinerário:

Porto - Amarante ( paragem para café ) Vila Nova de Foz Coa , visita ao Museu do Coa , almoço no Coa Museu Restaurante, momento para convívio e usufruto da paisagem envolvente; posteriormente, iremos passar por Freixo de Numão, onde visitaremos o Museu da Casa Grande.

A vinda para o Porto, será feita através das paisagens do Douro vinhateiro, com passagem pela Régua!

Horários: saída às 8 horas, junto à Estação de Metro da Casa da Música. Horário provável de chegada, às 20 horas no mesmo local.

Para os interessados em fotografar o interior do Museu do Coa, aconselhamos o uso de tripé, ou camaras que tenham uma boa resposta a ISO's elevados!

Inscrições até 26 de Abril!

Para mais informações sobre meios de transporte e outras, enviar email para rotasaoquadrado@gmail.com


Sintam-se bem por aqui!